BRICS defendem reforma na ONU

Dilma Rousseff e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, exigiram mudanças no sistema de diplomacia multilateral

AFP
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Os BRICS juntaram suas vozes nesta quinta-feira para exigir uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, apesar de expectativas diferentes entre a Rússia e a China, que já são membros permanentes dessa instância das Nações Unidas, e os outros três sócios - Brasil, Índia e África do Sul -, que aspiram ter esse mesmo estatuto.

Esse grupo de potências emergentes, que representam 40% da população mundial (cerca de 3 bilhões de pessoas) e respondem por 18% do PIB planetário, enfatizaram seu "forte compromisso com a diplomacia multilateral" e defenderam uma ONU que lide com os desafios globais de maneira mais bem sucedida.

Em um momento especial em que os cinco membros o grupo estão no Conselho de Segurança (Brasil, Índia e África do Sul como membros rotatórios), os BRICS querem renovar o sistema surgido ao término da Segunda Guerra Mundial e ampliar esse órgão com poder de decisão do sistema multilateral para dar vez a mais membros.

Tanto a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, como seu colega sul-africano, Jabob Zuma, e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, exigiram mudanças no sistema multilateral na declaração que fizeram à imprensa ao término desta terceira cúpula dos BRICS. Rousseff deu seu apoio a um mundo multipolar "sem hegemonias nem áreas de influência", pois acha que a reforma da ONU e do Conselho de Segurança é fundamental.

Sem comprometer-se com nada, China e Rússia "reiteraram a importância do status da Índia, Brasil e África do Sul nos assuntos internacionais e compreendem e apoiam sua aspiração de desempenhar um papel maior nas Nações Unidas", segundo afirma a declaração adotada ao término do encontro.

Estes dois países dos BRICS, junto com os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, têm vaga permanente com poder de veto no Conselho, uma instância na qual também aspiram entrar de maneira permanente outros países, como a Alemanha e o Japão.
Os membros do BRICS, que asseguram cerca de 40% do crescimento mundial num momento em que a Europa, Estados Unidos e Japão se batem com a crise, também desejam promover reformas das instituições financeiras internacionais, em particular o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Essas reformas permitiriam "refletir as mudanças da economia mundial, aumentando a voz e a representação das economias emergentes e dos países em desenvolvimento", assinalam. Entre outras, a introdução da rotatividade na direção dessas instituições para abrir-se para outros países, além da Europa e Estados Unidos, apesar de até o momento não ter feito uma proposta formal nesse sentido.
"Não houve debate, e sim intervenções de cada país neste sentido, e que foram abordadas na declaração conjunta ao término desta terceira cúpula", declarou uma fonte brasileira que pediu para não ser identificada.
 

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