A paisagem dentro e fora da sala de aula
Publicado: 3 de novembro de 2016 em 6º ano, Conceituação e teoria, Ensino FundamentalTags:6º ano, Categorias de Análise, Ensino Fundamental, Geografia escolar, Lugar, Paisagem
Concluindo a série sobre o ensino das categorias de análise espacial, tratarei hoje do conceito de paisagem. Habitualmente uma das categorias de maior uso na Geografia Escolar, a paisagem costuma ser enfocada em sala de aula logo no 6º ano do Ensino Fundamental, sendo frequentemente a primeira categoria abordada pelos professores de Geografia.
Como já discutido anteriormente, a paisagem não pode ser resumida ao aspecto visível de um lugar ou conjunto de lugares. Ela abrange todo aspecto perceptível do(s) lugar(es) que abrange. E, por tratar-se também de um recorte temporal, abrange diversas nuances que se intercalam com o passar do tempo, seja na sucessão de dias e noites, seja na sucessão das estações do ano, por exemplo.
Para a Geografia Escolar, a conceituação da paisagem pode ser bem simplificada, especialmente quando se lida com tal conceito no 6º ano. A simples compreensão de que a paisagem é o conjunto dos aspectos perceptíveis de uma parte do espaço, e que se altera ao longo do tempo, é suficiente para que o conceito possa ser abstraído e aplicado no dia a dia pelo aluno.
Na sala de aula: conceituando a paisagem
Por tratar-se de um conceito relativamente simples, não é costumeiro haver muita dificuldade em abordá-lo na sala de aula. A partir de alguma simplificação e o uso de alguns exemplos, o professor pode partir de demonstrações empíricas, além de explorar o conhecimento que os alunos já possuem sobre o tema, para atingir o objetivo de fazer com que estes se familiarizem com tal conceito. Por exemplo, imagens diferentes de uma mesma paisagem em diferentes épocas, ou uma discussão sobre as mudanças cíclicas da paisagem do bairro onde a escola se localiza.
No início deste post, a sequência de imagens mostra alterações na paisagem da Avenida Paulista (São Paulo – SP): o trânsito em 1928, o trânsito atual durante o dia, a avenida vazia durante a madrugada, o uso da avenida para fins de lazer aos domingos, e o uso da avenida para fins políticos (protestos Fora Dilma e Fora Temer).
Fora da sala de aula: interpretando a paisagem
Quando possível, o professor pode levar as turmas para uma atividade externa de análise da paisagem local. Nesta atividade, podem ser exploradas questões mais complexas, como: quais as forças naturais e as razões humanas que fazem com que esta paisagem seja assim?
Por exemplo: se a paisagem analisada é tipicamente industrial, pode-se questionar por que razões foram instaladas tais empresas neste local; se há vias estreitas, pode-se questionar por que razão não há grandes avenidas e rodovias ali; se é possível sentir aromas bons ou ruins no local, pode-se questionar suas origens; se a paisagem é barulhenta ou silenciosa, pode-se questionar se ela sempre é assim, ou se esta é uma característica do horário em que está sendo visitada; se a paisagem se estende de forma plana, pode-se questionar se é de fato uma planície, ou se a área foi aplainada pelos seres humanos; dentre outras diversas questões que podem ser formuladas e debatidas.
Esta atividade é importante por demonstrar a aplicação prática do conceito de paisagem, bem como sua utilização enquanto categoria de análise, possibilitando ao aluno um maior nível de abstração e aplicação futura do conceito.
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